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QI GONG CLINICO
TERAPIA DE BIOFEEDBACK VEGETATIVO
POR DRA. MARIA JOÃO SANTOS
OUTRAS BOAS LEITURAS:
O Qigong clínico ou terapêutico é uma técnica terapêutica da Medicina chinesa. Foi desenvolvido ao longo de séculos com o objetivo de melhorar a capacidade funcional e a saúde de cada individuo, atuando quer ao nível da prevenção, quer ao nível do tratamento de inúmeras patologias.
O que é? Forma tradicional de feedback vegetativo.
O faz? Gera uma atenção guiada na qual a propriocepção e a interoceção têm um papel central.
Como se faz? Faz-se através de movimentos coordenados com respiração, visualizações ou sons. Os padrões respiratórios podem mudar da respiração abdominal para a respiração combinada com sons. Os movimentos são geralmente suaves, visando o relaxamento. As visualizações incluem focar a atenção numa imagem. (1)
É seguro praticar? Muitos estudos não relataram qualquer efeito colateral negativo, incluindo doentes crónicos e idosos. Apenas uma revisão indicou que ocorreram, em menos de 10% dos adultos, dores musculares ou ligeira dor de cabeça. (1)
OBJETIVOS GERAIS:
- Proporcionar ao corpo a capacidade de autorregulação
- Potenciar a sua habilidade para manter um equilíbrio de funções fisiológicas, intelectuais e emocionais.
- Encontrar e estabilizar a homeostasia
- Alcançar um melhor desempenho de tarefas no dia a dia
Objetivos Clínicos inespecíficos:
- Permitir ao paciente voluntariamente e conscientemente controlar processos corporais.
- Regular o sistema nervoso autónomo (SNA)
- Produzir uma remodelação do sistema vegetativo
- Contribuir para a redução de tensões física e emocionais
- Melhorar o sistema imunitário
- Melhorar a propriocepção (Promove um correção funcional e postural)
- Melhorar da interoceção (Promove a regulação emocional e um estilo de vida mais positivo)
Benefícios para a saúde:
- Fortalece ossos, articulações e músculos;
- Ajuda na prevenção da osteoporose;
- Ajuda na prevenção de quedas;
- Reduz a inflamação e outros sintomas de artrite;
- Promove o relaxamento e controlo de stresse;
- Atua na ansiedade, stress, depressão e fadiga;
- Aumenta a estabilidade emocional e bem-estar mental;
- Controla e previne doenças ocupacionais;
- Regula o ritmo respiratório; aumenta o volume da ventilação pulmonar; aumenta a ventilação dos alvéolos;
- Melhora doenças digestivas e a função gástrica;
- Regula e fortalece o peristaltismo;
- Atua em patologias endócrinas e metabólicas;
- Atua no tratamento da infertilidade;
- Ajuda no controlo de sintomas da menopausa;
Referencias:
1. US national center for complementary and integrative health
2. B. Oh et al (2010). Impact of medical Qigong on quality of life, fatigue, mood and inflammation in cancer patients: a randomized controlled trial. Annals of Oncol Mar;21(3):608-614. doi: 10.1093/annonc/mdp479.
3. Guan-Cheng Sun et al. (2010) Effects of Qigong on glucose control in type 2 diabetes: a randomized controlled pilot study. Diabetes Care Jan;33(1):e8.doi: 10.2337/dc09-1543.
4. Takuya Tsujiuchi, et Al. (2002) The effect of Qi-gong relaxation exercise on the control of type 2 diabetes mellitus: a randomized controlled trial. Diabetes Care. Jan;25(1):241-2. doi: 10.2337/diacare.25.1.241.
5. Tanya Schmitz-Hübsch et Al. (2005) Qigong exercise for the symptoms of Parkinson’s disease: a randomized, controlled pilot study. Movement disorders. Apr;21(4):543-8. doi: 10.1002/mds.20705.
6. Di Qi, et al. (2021) Qigong exercise enhances cognitive functions in the elderly via an interleukin-6-hippocampus pathway: A randomized active-controlled trial. Brain Behav Immun. 2021 Jul:95:381-390. doi: 10.1016/j.bbi.2021.04.011.
7. Ray Marks (2019). Qigong and Musculoskeletal Pain. Current Rheumatology Reports (2019) 21:59 https://doi.org/10.1007/s11926-019-0861-6
Evidencia científica
São inúmeros os artigos que referem os benefícios da prática de qigong. Alguns deles publicados em revistas de referência com um elevado factor de impacto (IF)
Um artigo publicado em 2009, na revista científica Annals of oncology (IF 32.98) refere que o “Qigong médico pode melhorar a qualidade de vida, fadiga e o estado de humor dos pacientes com cancro e reduzir os efeitos colaterais do tratamento. Também pode produzir benefícios físicos a longo prazo através da redução da inflamação.” (2) Uma outra revista científica com elevado factor de impacto, a Diabetes Care (IF 19.11), publicou 2 artigos em que refere que a prática de Qigong durante 12 semanas resultou em reduções significativas nos níveis de glicose em jejum em pacientes com diabetes tipo 2 e demonstrou tendências de melhoria na resistência à insulina e A1C, sugerindo que o Qigong pode ser uma terapia complementar eficaz para indivíduos com diabetes tipo 2. (3,4) Em 2005, um artigo da revista Movement disorders, (IF 10.4) refere que pacientes de parkinsson que pertenciam ao grupo de estudo que praticava Qigong melhoraram mais na escala Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS-III) do que os do grupo controle (grupo que apenas recebeu tratamento convencional). (5) Em 2021, um estudo publicado na revista Brain, Behavior and Immunity (IF 7.21) foi o primeiro a demonstrar os efeitos neurocognitivos do Qigong e a via neuroinflamatória subjacente. Ele fornece potenciais alvos moduladores para o desenvolvimento futuro de intervenções e estabelece as bases para a promoção do exercício de Qigong para a ampla população idosa para um envelhecimento saudável. (6) Na revista Current Rheumatology Reports (IF 4.69) foi publicado um artigo, em 2019, que tem como conclusão que a prática de Qigong pode atenuar uma infinidade de sintomas de saúde física e mental que exacerbam a dor, melhorar o sono, a qualidade de vida, bem como a função física e o bem-estar psicológico. (7)